sábado, 11 de fevereiro de 2012

Epitáfio ao mensageiro das manhãs

A poesia que havia
no canto de dois galos
deixados ao meu encargo
cessou-se

Tratei de alimentar e
saciá-los
mais um galo morreu
e não há poesia que conforte

Depois do galo morto
Não me dei pelo fato
e o odor da morte
espalhou-se pela casa
grudou em minhas narinas

o enterro sai hoje
o endereço do velório
certamente é um aterro

Não me visitem
pois estou de luto
e casa fede muito

(minhas manhãs morreram um pouco
no canto daquele galo)

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