domingo, 7 de outubro de 2012


Um corrida desenfreada perseguindo a expressão suprema, a palavra ou a imagem que diga tudo que não cabe em mim. 
O que parecia ser a busca pela arte-poesia legitima e genuína revela-se na verdade uma procura por mim. Não aquele eu que eu vinha sustentando desde sempre: os cabelos alisados e pintados, as inúmeras dietas, as vitaminas, as depilações, manicures, os ansiolíticos e toda a parafernália que eu e a maioria das mulheres que eu conheço sustenta para não ser-se. 
A procura me trouxe ao que eu sou em essência: uma mulher, doce e louca,  gris e gorda,  sábia e tosca. Por enquanto.
Já não me envergonho da minha poesia autorreferente. Não poderia ser diferente dado a tal corrida.  

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