sexta-feira, 31 de maio de 2013

Vazante

Depois do deserto
e da solidão
eu falo a palavra água
e ela me inunda

Uma enchente
um tsunami
um caldo
de corpo e alma 
lavada

Flutuo até os estrados
do telhado devastado
e espero a água baixar

Quando o pássaro voltar
eu mesma vou ser 
minha mãe
serei mãe

Então
a água que também
escorre dos meus olhos
irá secar 

N.S.L
31/05/13



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