quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Ele não consegue mais ficar na sala. Ele não quer mais ficar na sala. Quer a rua. Dia e noite ele quer a rua. Naquilo que ela tem de mais destrutivo. Não quer saber das narrativas ilustradas que eu tento mostrar. Não quer saber da poesia do A'kabal, dos meninos morenos do Ziraldo. Nem daquela poesia chorosa que eu fiz para meu pai ele quer saber. Vai embora. Já não cabe na escola. E vai levando consigo um pedaço de mim. 
Quantos meninos nós ainda vamos perder para essa vida ordinária que não protege criança, que não protege família, que não protege pobre? 
Na hora que você saiu hoje,  menino, deixou um buraco dentro de mim.
N.S.L.
13/08/13

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