quarta-feira, 4 de junho de 2014

da arte de ordenhar as palavras

da poesia só isso me agrada
erguer uma cena com palavras
uma casa, uma amor, um família
quero dela aquilo que me conta
do gatinho mordendo flores no quintal
do cheiro de zinco da bacia de banho
do velho cão que morreu
da filha que nasceu
do filho que partiu
do encontro apaixonado
do amor que acabou
quero a roupa estendida na varal
esquecida sob a chuva
a roupa que ninguém recolheu
quero a briga da mãe
o dia de partida do pai
poesia bonita é palpável
tal qual um travesseiro de dormir

NSL
04/06/14


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