quarta-feira, 8 de junho de 2016

E quando sair, levem suas fotos com vocês - Jo Carrillo (en This Bridge Called My Back: Writings by Radical Women of Color, 2nd ed., 1981) Tradução de Norma de Souza Lopes

A nossas irmãs gringas
amigas radicais
adoram nossas fotos
sentadas junto à máquina de fábricas
empunhando um facão
nos nossos lenços brilhantes
carreando meninos morenos amarelos negros marrons
lendo cartilhas
das campanhas contra o analfabetismo
carreando metralhadoras baionetas bombas facas
Nossas irmãs brancas
amigas radicais
devem pensar
de novo.

A nossas irmãs gringas
amigas radicais
adoram nossas fotos
andando pelo campo no sol quente
com chapéu de palha se na cabeça se somo morenas
lenços se somos negras
em saias de tecido brilhante
carreando meninos morenos amarelos negros marrons
lendo cartilhas das campanhas contra o analfabetismo
sorrindo.
Nossas irmãs brancas amigas radicais
devem pensar de novo.

Ninguém sorri
ao final de um dia
passado escavando pedaços de urânio
como suvenires
ou deixando tudo limpo para
nossas irmãs gringas
amigas radicais

E quando nossas irmãs gringas
amigas radicais nos veem
em carne viva
e não como em suas fotos
não ficam muito seguras
se
gostam tanto de nós.
Não somos tão felizes como nos veem
em
suas
paredes.

And When You Leave, Take Your Pictures With You

By Jo Carrillo

Our white sisters
radical friends
love to own pictures of us
sitting at a factory machine
wielding a machete
in our bright bandanas
holding brown yellow black red children
reading books from literacy campaigns
holding machine guns bayonets bombs knives
Our white sisters
radical friends
should think
again.


Our white sisters
radical friends
love to own pictures of us
walking to the fields in the hot sun
with straw hat on head if brown
bandana if black
in bright embroidered shirts
holding brown yellow black red children
reading books from literacy campaigns
smiling.
Our white sisters
should think again.
No one smiles
at the beginning of a day spent
digging for souvenir chunks of uranium
of cleaning up after
our white sisters
radical friends.

And when our white sisters
radical friends see us
in the flesh
not as a picture they own,
they are not quite sure
if
they like us as much.
We’re not as happy as we look
on
their
wall.

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