terça-feira, 16 de maio de 2017

nem todo poema merece perdão

me constrange que não possa
levar pão a cada boca faminta
cobrir os pés de cada menino descalço
acolher cada irmã que sofre desamor
cada irmão que sofre racismo
cada anciã negligenciada
cada cão abandonado

inábil para esgrima, me constrange
estar aqui a rezar padre-nossos
e a falar da beleza dos arrebóis

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