quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

para quando não for mais

o que fazer com a dor?
uns fazem sereias, pães
outros fazem medo
há até quem faça grades
eu teço poemas prosaicos
coloridos e palpáveis

era verão
eu não gostava
nem de verdes nem de marrons
ela, esbelta, gostava
cuidava de criar filhos
e odiar o trabalho
era certo que voltaria
para diamantina
achava belo horizonte
uma cidade de loucos

não me admira que hoje
eu faça esses poemas
magros, tão verdes
e marrons de saudades


(quase posso ver no futuro
uns poemas espessos como cerveja
vermelhos como pimenta)

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